quarta-feira, 20 de abril de 2011

Caça talentos entra nas redes sociais

http://computerworld.uol.com.br/blog/profissao-ti/2011/04/19/caca-talentos-entra-nas-redes-sociais/

Quando o mundo passou pela revolução da internet, a rede logo tornou-se meio preferencial não só para coleta de informações e pesquisas, mas também para busca da sonhada vaga de emprego. Por meio dela, os profissionais e aspirantes passaram a pesquisar empresas, encontrar novos contatos e garimpar formas cada vez mais personalizadas de abordar possíveis empregadores.
Logo vieram a web 2.0 e as redes sociais. Com elas, uma maneira ainda mais fácil de fazer relacionamento, descobrir vagas e conquistar contatos mais profundos nas empresas. As companhias e agências já começam a encarar as redes sociais como poderosas ferramentas de recrutamento e seleção de profissionais.

No entanto, antes de desenhar a própria estratégia para o uso dessas redes, é necessário separar o joio do trigo. As redes sociais dividem-se por tipo e enfoques. Mas a atitude e o comportamento de cada indivíduo [buscando manter uma boa imagem online perante os empregadores] devem permear todos os meios.
De acordo com o consultor sênior da divisão de TI da Michael Page, Eric Toyoda, no meio profissional a LinkedIn realmente é a mais importante, pela quantidade de profissionais que agrega com meta de networking e suas ferramentas específicas, e deve ser privilegiada no processo de cuidado com a imagem online.

“É importante lembrar que currículo e outras etapas no processo de contratação não vão deixar de existir, sendo que as redes sociais são um complemento”, afirma Toyoda. Por essa razão, é necessário manter coerência entre currículo, informações nas diversas redes e entrevista para que as redes sociais não prejudiquem em vez de ajudar. E no LinkedIn, em que há descrição de atividades e cargos, isso ganha especial importância.
Para a especialista em recrutamento da divisão de TI na Robert Half, Maria Paula Menezes, a confusão entre redes sociais de diversas finalidades é um grande erro do profissional, ainda que todas ajudem a formar a imagem on-line do profissional. “Além de saber onde executar cada atividade, o ponto fundamental é não mentir. É importante reverter o perfil a favor, com realizações e objetivos atingidos, mas sempre com a verdade, até para manter a coerência nas diversas redes”, avalia.
No quesito busca de informações, as redes também oferecem grande ajuda, mas, de novo, cabe tomar cuidado. “Na maioria das vezes, elas não estão atualizadas. Por isso, as empresas ainda encaram o currículo como ferramenta principal.” Do lado do usuário, no entanto, a manutenção de perfis atualizados pode ajudar potenciais funcionários que apostam nas ferramentas para agilizar recrutamentos.
Além de realizar um planejamento e de incluir as redes sociais como estratégia para melhorar a posição na carreira, é recomendável respeitar as regras de ouro de manutenção da imagem online, como evitar abordar temas polêmicos e se envolver em discussões que possam afetar a imagem do profissional ou bater de frente com valores de empresas. Confira no quadro um resumo baseado nos especialistas ouvidos pela Computerworld.
Dicas para garantir uma boa imagem nas redes sociais
Linkedin
Única das grandes redes sociais voltada para uso profissional. É uma ferramenta muito valorizada por recrutadores, além de permitir ao usuário manter o networking virtual em dia.
Como usar: deve ser atualizada com todas as informações profissionais possíveis, realizações relevantes e resultados alcançados, dando uma dimensão exata da experiência do candidato a emprego. Pode ser usada também como uma forma de pesquisar contatos, além de demonstrar que possui uma rede de pessoas ampla e abrangente, coerente com o próprio perfil profissional.
Visão corporativa: as empresas que pesquisam redes sociais profundamente costumam avaliar em quais discussões o profissional se envolve e a qualidade da sua participação, de preferência em temas relevantes à vaga para a qual ele está sendo avaliado. Por isso, é importante manter uma atividade constante na rede, discutindo aspectos importantes do mercado em que atua.
Cuidados: muitos profissionais acham importante obter recomendações pessoais em um campo do LinkedIn destinado a isso, mas os recrutadores não dão tanta importância a ele, por saber que em geral ele está viciado, recheado de opiniões de pessoas que, na verdade, desenvolveram relações de amizade com o candidato nas empresas nas quais atuaram juntos.
Um aspecto fundamental do LinkedIn é manter toda a descrição do profissional no site coerente com o currículo que envia para as companhias. Se houver divergências ou inconsistências, principalmente com nomes de cargos e atividades descritas, o perfil pode gerar eliminações em vez de ajudar na colocação profissional. Por fim, nas discussões sobre passagens por outras empresas, é necessário tomar o maior cuidado para não revelar informações sensíveis ou confidenciais de outras companhias. Vai gerar falta de confiança.
TwitterMisto de rede profissional e pessoal. Permite ao profissional compartilhar dicas do seu dia a dia e de conteúdos que julga interessante, além de informar sobre sua presença online com links para suas atividades. Serve também para contatos rápidos, inclusive para eventuais oportunidades de emprego.
Como usar: apesar de menos importante que o LinkedIn, o profissional que julgar a ferramenta como essencial para suas pretensões pode apostar em um cliente para Twitter, no qual poderá cadastrar pesquisas, fazer listas com os geradores de conteúdo mais interessantes e com perfis que divulgam oportunidades, buscando o máximo aproveitamento de seu potencial.
Visão corporativa: a empresa só levará em conta o Twitter do profissional em seu processo de seleção se isso fizer parte da sua estratégia de recrutamento. Caso isso ocorra, levará em conta o número de seguidores, a rede que o profissional conseguiu criar, a qualidade e a relevância do conteúdo postado e a clareza com a qual as ideias são expostas.
Cuidados: o Twitter é um meio muito rápido para expressar e exibir opiniões.
E é por isso que ele é responsável por algumas das maiores gafes de empresas e profissionais, não sendo raros os casos de demissões que ocorreram por conta de frases totalmente inadequadas escritas “no calor do momento”. A recomendação mais importante é planejar um post no Twitter como se fosse um e-mail a ser enviado, com revisão e refletindo mais de uma vez sobre seu conteúdo, principalmente quando o assunto em questão é polêmico ou controverso.
FacebookPor ser a mais pessoal das três principais redes sociais do momento, é o lugar certo para o usuário mostrar outras faces da sua personalidade, como hobbies, gostos musicais, além de publicar atualizações de cultura geral, participar de movimentos sociais não relacionados à atividade profissional e retomar contatos de todos os tipos.
Como usar: não há muitas regras para a rede, mas se o objetivo for criar uma imagem profissional, vale participar de páginas e comunidades que sejam relacionadas ao trabalho e integrar discussões aprofundadas sobre esses temas.
Visão corporativa: quando as empresas procuram por alguém no Facebook, geralmente estão interessadas em traços de sua personalidade e se os valores pessoais do indivíduo estão de acordo com os da empresa. Cabe a cada usuário refletir o que vale a pena deixar como informação pública. Vale lembrar que as opções de privacidade do Facebook permitem esconder todas as informações de quem não é amigo na rede social.
Cuidados: uma simples diretriz pode evitar muitos problemas: jamais expressar na rede social aquilo que não seria expresso ao vivo, para pessoas em carne e osso. Vale também evitar participar de páginas polêmicas ou que possam prejudicar a imagem pessoal. E, assim como no LInkedIn, é necessário tomar cuidado para não publicar informações confidenciais da empresa.